arTeira trakkinna

domingo, 1 de março de 2015

CHEGA DE PSEUDOSANTO/A ME ANALISANDO



Às vezes temos que ouvir cada uma!
Escutei de uma pessoa, por esses dias: “_Estava falando com fulana e chegamos a uma conclusão. As pessoas deveriam conhecer sua essência e ver com ela é boa! É preciso ver o que esta por trás da casca. A ESSÊNCIA”!
Na hora não prestei atenção na sublimidade dessa fala. Mas hoje, na tranquilidade do meu domingo, me peguei refletindo sobre.
Espera ai, é preciso conhecer minha essência?
Perdoa-me, mas isso esta me machucando e tenho que externar meu pensamento.
Lembrei-me do que aprendi no Catecismo da Igreja Católica: o pecado é "uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei eterna" (CIC 1849). Resumidamente, o pecado é uma ação contrária ao amor de Deus. Do mesmo modo que o homem é livre para amar e praticar a caridade, também é livre para desobedecer.
Hoje, já bem distante de minha infância, me apodero desse conceito para falar de minha Essência, a qual parece tão clara, transparente, translucida para mim e tão obscura para os outros.
O melhor de mim e que tento aprimorar dia após dia, incessantemente chama-se DEUS. Foi sempre por esse Deus que habita em mim que nunca assassinei ninguém, nunca roubei, nunca violei meu corpo com vícios de autodestruição, nunca passei por cima das pessoas para vencer, nunca me prostitui para conseguir beneficies, nunca menti para prejudicar as pessoas. Enfim, o Deus que habita em mim vive sempre me alertando e me ajudando a crescer como SER humana.
Lembrei ainda dos pecados capitais:
1. Gula- desejo insaciável em geral de comida e bebida e também comer e comer sem pensar nos outros;
2. Avareza- apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro;
3. Inveja- desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa possui;
4. Soberba- conhecida também como vaidade ou orgulho. Está associada ao orgulho excessivo, arrogância e vaidade;
5. Preguiça- falta de capricho, de esmero, de empenho. Negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, inatividade acentuada;
6. Luxúria- desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material;
7. Ira- forte desejo de causar mal à outrem.
Agora a pergunta que não quer calar.
Que casca que uso para esconder minha essência? Equilibrar forças para não cometer pecados contra mim e contra os outros é aparentar ser má, esconder a essência?
Não! Definidamente não!
Não vivo de aparências. Minha essência não é fútil, não é mentirosa, não é assassina, não é ladra, não é vil.
Divido tudo com os outros, inclusive o conhecimento. Não sou orgulhosa. Não tenho vergonha do que sou e não escondo emoções para mostrar uma fortaleza que não esta em mim. Trabalho e trabalho muito. Respeito os outros, inclusive o dinheiro público. Pratico o desapego como rotina. Não tenho desequilíbrio sexual e nem vivo pelo hedonismo, em detrimento de outrem.
Portanto, aqui o meu recado: sou humana, erro, peco e choro. Como, amo e rezo. Mas tudo no limiar do certo e do errado e sempre me revendo para melhoria continua.
Então não me venha
com essa história que uso casca, mas minha essência é boa. Que sou assim, mas tenho minhas qualidades. Chega de conversa fiada. Sou clara como a luz do dia. Não escondo minhas sombras. Lido com elas e não sei ser hipócrita.
Estou em crescente mutação.
Antes de me analisar olhe-se no espelho, no âmago do ser. És santa/o?
De minha análise cuido eu. O divã não é bicho papão para mim.
Não sou santa nem diaba, só HUMANA.
Cada um(a) cuide de si. Antes de me analisar e tentar descobrir algo bom em mim procure em si.
Quem sabe descubra que aquilo que chama de casca em mim seja uma projeção de si?