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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Educação: Inserção das TIC(s) na escola

Inserção das TIC(s) na escola
Vivemos numa sociedade em que os sujeitos sociais ainda não estabeleceram uma relação satisfatória com os livros, tanto os didáticos quanto os literários. Em especial aqui no Brasil.
Temos ainda um grande número de analfabetos, assim como também os analfabetos funcionais. Àqueles que decodificam os códigos linguísticos, mas não conseguem abstrair os significados do texto.
Ou seja, as relações contraditórias estabelecidas entre livro didático e o de cunho literário com a sociedade têm instigado investigações variadas, por meio das quais é possível identificar a importância desse instrumento de comunicação, de produção e transmissão de conhecimento, integrante da "tradição escolar" há, pelo menos, dois séculos. Mas que seu uso é ainda muito superficial.
É inegável a importância deste instrumento para o desenvolvimento de qualquer sociedade, mas há muito ainda que se fazer no sentido de torná-lo mais efetivo tanto dentro quanto fora da Escola. Em outras palavras este é um dilema ainda a ser resolvido na sociedade contemporânea.
Segundo BITTENCOURT, 2004, “As pesquisas e reflexões sobre o livro didático permitem apreendê-lo em sua complexidade. Apesar de ser um objeto bastante familiar e de fácil identificação, é praticamente impossível defini-lo. Pode-se constatar que o livro didático assume ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. Por ser um objeto de "múltiplas facetas", o livro didático é pesquisado enquanto produto cultural; como mercadoria ligada ao mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista; como suporte de conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias escolares; e, ainda, como veículo de valores, ideológicos ou culturais”.
Assim é também com a TV e outros instrumentos que chegam à Escola. O mundo avança, mas parece que ela não acompanha estas mudanças.
E o que dizer quando se tem clareza disto, mas se sabe que o sujeito contemporâneo, do ponto de vista cultural, histórico, antropológico, etc., pertence a um novo o modelo de sociedade?
O sujeito de hoje pertence a uma sociedade que, na essência, não tem muita preocupação com o livro porque ele possui todo um aparato tecnológico que prescinde da comunicação e da informação.
Enquanto em décadas passadas levava-se meses e até um ano para se ter uma informação de algo acontecido num outro estado ou mesmo num outro país, hoje se acompanha as informações em tempo real. A exemplo da derrubada das torres gêmeas, nos Estados Unidos da América.
Por outro lado o mundo se move pelas tecnologias, inclusive as sociais. Os aparelhos domésticos fabricados para este sujeito são computadorizados, da TV ao micro-ondas. Se paga contas, fazem-se compras e até se namora (virtualmente) sem se sair de casa.
Entretanto, assim como no caso dos livros e de outros aparatos, o uso das mídias na Escola ainda é muito incipiente. As instituições educativas parecem caminhar a passos de tartaruga no que diz respeito ao uso das TICS na sala de aula. Enquanto isto os alunos vão ficando cada vez mais desmotivados, pois a Escola se apresenta para eles como algo ultrapassado, distante de sua realidade.
Os alunos estão cada vez mais próximos dos computadores e de seus diversos usos. Relacionam-se com outros pelas redes sociais, jogam, se divertem e por ai afora e o que é mais agravante é que muitas vezes conhecem o que há de pior quando navegam na internet, pois hes faltam orientações sobre usos mais positivos deste recurso para sua própria formação como cidadãos.
Fala-se muito em inclusão digital, mas falta muito para que esta aconteça, pois não é só criar laboratórios de informática que garante esta inclusão. É preciso pensar em inclusão como um todo.
O (a) professor (a), em especial, também necessita de uma política de inclusão digital.
Antes de tudo é preciso que ele/ela esteja preparado (a) para o uso das tecnologias da comunicação e da informação, saber fazer uso de Software de navegação, saber fazer downloads, conhecer portais interessantes, etc., para poder se instrumentalizar para usar esses e outros recursos como pontos de partida para a elaboração de estratégias motivacionais e propiciadoras de aprendizagens. Incluindo também o uso do próprio livro, anteriormente falado, agora num contexto digital, nesta realidade educacional.Para isto será necessário que a Escola compreenda o novo modelo de sociedade e o sujeito que nela está inserido, a partir de políticas de formação bem planejadas, com objetivos claros, para que haja quebra e paradigmas, que se saia da concepção de ensino e aprendizagem que pressupõe sujeitos/aprendizes passivos e professores detentores do saber. Portanto inatingíveis.
Somente assim começaremos a pensar de forma Tecnodemocrática.
É por estas e outras razões que é preciso usar a tecnologia na escola?
Referência:
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. EM FOCO: HISTÓRIA, PRODUÇÃO E MEMÓRIA DO LIVRO DIDÁTICO.Educação e Pesquisa. Print version ISSN 1517-9702. Educ. Pesqui. vol.30 no.3 São Paulo Sept./Dec. 2004
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022004000300007

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