arTeira trakkinna

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Educação:O Coelhinho Branco e a formiga Rabiga.

Depende de nós deixarmos, ou não, que o Diabo seja imortal.
O medo é a principal forma que ele tem de permanecer vivo.
Que queremos então? Sermos coelhos branquinhos e amedrontados ou uma pequena formiga, capaz de vencer uma cabra malvada, senhora de si, dona do mundo, um Diabo em figura de bicho.
O Diabo é do tamanho que o concebemos e se alimenta de nossas fraquezas.

O Coelhinho Branco e a formiga Rabiga.
Era uma vez... um Coelhinho Branco que vivia numa linda casinha na floresta. Tinha também uma horta, onde cultivava cenouras, batatas e couves deliciosas.

Certo dia, levantou-se muito cedinho e foi à sua horta buscar couves para fazer o caldinho. Como a horta era ali ao lado, nem sequer fechou a porta. Quando voltou… a porta estava fechada. Bateu… Chamou… Empurrou… Mas lá de dentro só ouviu uma voz:

- Eu sou a Cabra Cabrês, salto-te em cima e faço-te em três!

Ui! Que medo! O Coelhinho Branco ficou muito assustado e sem saber o que fazer. Então, lembrou-se de ir pedir ajuda a um amigo, maior e mais forte. No caminho, encontrou o Cão que lhe perguntou:

- O que tens Coelhinho? Porque estás tão triste?
- Sabes, Amigo Cão, eu hoje levantei-me muito cedinho, fui à minha horta buscar couves para fazer o caldinho e quando cheguei a casa, tinha a porta trancada.

Está lá a Cabra Cabrês e disse que me saltava em cima e me fazia em três.

- Ão, Ão, Ão…desculpa lá, Coelhinho. Eu também tenho medo, não te posso ajudar.

Que triste ficou o Coelhinho Branco. Nem o seu Amigo Cão, tão grande e tão forte, o podia ajudar.

Continuou o seu caminho, com uma lágrima a deslizar pelo canto do olho. Foi então, que apareceu a Amiga Vaca. Que grande sorriso! Ela sim, ia ser capaz de o ajudar.

-Amigo Coelhinho, que se passa? Parecias tão triste!

E o Coelhinho contou o que lhe tinha acontecido. Mas, a Vaca afinal, não era assim tão valente. - Muuu… Eu também não posso ajudar-te. Ai, Amigo Coelhinho, que medo que eu tenho da Cabra Cabrês!

Cada vez mais triste e sem saber a quem pedir ajuda, lá continuou o Coelhinho Branco pela estrada fora. Mas, de repente! Lembrou-se do Amigo Galo e correu a toda a velocidade para lhe falar. Ao vê-lo o Galo perguntou-lhe:

- Porque vens com tanta pressa, Coelhinho?

E o nosso Amigo Coelhinho teve que repetir a sua história…

- Já pedi ajuda ao Cão e à Vaca que julgava tão valentes, mas ambos, tiveram medo.

Podes ajudar-me, Amigo Galo? Respondeu o Galo:

- Cocoró, cocorócoco... Também eu tenho medo! Desculpa, coelhinho, mas estou com muita pressa! Cocoró, cocorócoco…

O Coelhinho ficou sentado no meio do caminho, sem saber o que fazer. Estava cansado e com muita fome. Sem dar por isso, começou a pensar em voz alta:

- Uma Cabra malvada que me tira a casa e ninguém me ajuda!

Passava por ali uma formiguinha que o ouviu e perguntou-lhe:

- Que estás a dizer, Coelhinho? Porque estás tão triste?

E mais uma vez o Coelhinho contou o que lhe acontecera naquele dia.

- O quê? Quem pensa que é a Cabra Cabrês?

Vou ajudar-te! Vem daí!

- Tu?! Uma simples formiguinha?! Pensas que consegues vencer a Cabra Cabrês? Pois nem os meus Amigos, tão grandes e tão fortes, me puderam ajudar!? – respondeu o Coelhinho, descrente. Mas, lá partiram os dois. A Formiga, de cabeça erguida, e o Coelhinho, pouco convencido.

Junto à porta de casa, ouviram lá dentro a Cabra Cabrês que festejava. Ao aperceber-se da chegada de alguém, gritou:

- Quem está aí???
- Sou eu, o Coelhinho, que foi à horta buscar couves para fazer o caldinho!
- E eu sou a Cabra Cabrês, salto-te em cima e faço-te em três!

Responde a Formiga, espreitando pelo buraco da fechadura:

- E eu sou a Formiga Rabiga que te salto em cima e te furo a barriga!

E se bem o disse, melhor o fez. Entrou pelo buraco da fechadura, saltou para cima da Cabra Cabrês e … Pumba! Picou-a na barriga!

- Ai! Ai! Ai! – gritava a Cabra Cabrês, saltando pela janela. E fugiu, a bom fugir!

O Coelhinho Branco pulava de alegria.

- Obrigado, minha Amiga! És pequenina, mas muito valente! – agradeceu o Coelhinho.


E fez, finalmente, um saboroso caldinho que comeu com a sua Amiga Formiga festejando juntos aquela vitória.



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