sábado, 5 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Literatura infantil: A bruxa salomé
A Bruxa Salomé
Andrey Wood
Ilustrações Dom Wood
Tradução: Gisela Maria Padovan
Era uma vez uma pobre mulher que vivia bem longe, além da estrada coberta de poeira, com seus sete filhos: Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado e Domingo.
Todos os dias, antes que a mãe saísse para o mercado, as crianças ajudavam nos afazeres domésticos.
Um dia, depois que tinham terminado, a mãe disse:
_Como vocês são umas crianças muito boazinhas, podem pedir o que quizerem, que eu trago do mercado.
As crianças ficaram radiantes, e cada uma sabia exatamente o que queria.
Segunda-feira pediu um pedaço de manteiga.
Quinta-feira, um pedaço de mel.
Sexta-feira gostaria de um pouco de sal.
A mãe despediu-se das crianças com um conselho:
_Tenham muito cuidado e lembrem-se; não deixem ninguém estranho entrar e nem cheguem perto do fogo.
Assim que ela saiu, as crianças trancaram a porta e começaram a brincar.
Não se passara muito tempo, quando apareceu uma bruxa, que vinha mancado pela estrada. Ela estava puxando uma carroça muito pesada. Chegando perto da casa, deu umas batidinhas na janela e gritou:
_Sou a dona bruxa Salomé, e
E acabei de prender meu pé.
Deixem-me entrar.
_Não podemos _disseram em coro Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sabado e Domingo. _Nossa mãe falou para não deixarmos nenhum estranho entrar.
A bruxa Salomé tirou um cachimbo do bolso e enfiou-o na boca.
_Vamos, meus coraçõezinhos, tudo o que preciso é de um pouco de fogo para meu cachimbo. Só queria um pouco de palha incandesceste.
_ Não podemos _ disseram em coro Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sabado e Domingo. Nossa mãe falou para não tocarmos no fogo.
Salomé aproximou-se da carroça e apanhou um saco.
_Tenho certeza de que a mãe de vocês não vai se importar _disse _ Olhem, se vocês me deixarem entrar para acender meu cachimbo, vou dar-lhes isto.
Debruçando-se na janela, as crianças olharam dentro do saco e quase não acreditaram no que viram.
_Ouro!_ gritaram_ Por um saco de ouro nós a deixamos entrar e acender seu cachimbo.
Então destrancaram a porta e deixaram a bruxa entrar. Depois correram até a lareira e pegaram diversos pedaços de palha incandescente para acender o cachimbo dela.
Mas assim que o cachimbo estava aceso, a bruxa Salomé atirou-o no chão e gritou:
_ Agora peguei vocês!
E imediatamente transformou as crianças em comida.
Segunda-feira transformou-se em pão.
Terça-feira transformou-se numa torta.
Quarta-feira virou leite.
Quinta-feira, um mingau de aveia.
Sexta-feira transformou-se num peixe.
Sabado, num queijo.
E Domingo numa costela assada.
Em seguida, Salomé reuniu toda comida e levou para sua carroça.
Sem olhar para trás, começou a puxar sua carga estrada afora.
Passou pela ponte, cruzou a cidade, o campo de trigo e, finalmente, penetrou na floresta, onde ficava sua cabana.
Logo depois a mãe, voltou para casa carregando uma cesta enorme. Lá dentro estavam todas as coisas que as crianças haviam pedido.
Um pedaço de manteiga para Segunda-feira.
Um canivete para Terça-feira.
Um jarro de louça para Quarta-feira.
Um pote de mel para Quinta-feira.
Um vidro de sal para Sexta-feira
Bolachas para Sábado.
E uma tigela de pudim de ovo para Domingo.
Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sabado e Domingo!
_Chamou ela, mas ninguém respondeu.
Então encontrou o cachimbo quebrado e viu os pedaços de palha queimada no chão. Lágrimas saltaram dos seus olhos
_Quem pegou meus filhos?_ Gritou.
Um pássaro preto que tinha visto tudo ficou com pena da mulher e, de um salto, pousou no peitoril da janela.
_Siga-me!
_Gorjeou. Foi a bruxa Salomé.
Ela prendeu o pé.
E eles deixaram entrar.
Com a cesta na mão, a mãe seguiu o pássaro estrada afora.
Passou pela ponte, cruzou a cidade, o campo de trigo e, finalmente, penetrou na floresta, onde ficava sua cabana.
Salomé tinha acabado de sentar para jantar e estava prestes a dar a primeira dentada quando ouviu uma forte batida na porta.
_Deixe-me entrar! _ Gritou a mãe.
_Quero meus filhos de volta!
_Você não pode entrar._Respondeu Salomé. _Seus sapatos estão sujos.
_Eu tiro os sapatos._Disse a mãe. E assim fez.
_deixe-me entrar! _Gritou a mãe.
_Quero meus filhos de volta!
_Você não pode entrar._Respondeu Salomé. _Suas meias estão sujas.
_Deixe-me entrar! _ Gritou a mãe.
_Quero meus filhos de volta!
_Você não pode entrar._Respondeu Salomé. _Seus sapatos estão sujos.
_Então vou cortá-los._Disse a mãe, como se fosse mesmo fazer aquilo. Mas ao invés de cortar os pés deu um jeito de escondê-los debaixo da saia e voltou de joelhos até a cabana da bruxa.
_Deixe-me entrar! _Pediu de novo. _Quero meus filhos de volta!
Quando Salomé olhou para baixo, pensou que a mãe não tinha mais pés e deixou-a entrar.
Depois apontou para a mesa.
_Aqui estão seus filhos _ Disse _ Se você não conseguir adivinhar que é quem, vou comê-los no jantar e você só tem uma chance.
A mãe continuou engatinhando, com os pés voltados para trás e engatinhou até a mesa.
Como conseguiria adivinhar que alimento era cada criança?
Desesperada olhou para dentro da cesta. Aqui estão as coisas que meus filhos queriam. _ Pensou _ E agora eles nunca vão tê-las.
_ Depressa! _ Ordenou Salomé. _Estou com fome!
A mãe olhou de novo para os alimentos em cima da mesa.
_Fale! _Ordenou a bruxa _ Meu jantar está ficando frio!
De repente, a mãe descobriu o que tinha que fazer.
Tirando as coisas disse:
_Vou descobrir que alimento é cada meu filho pelas coisas que eles queriam:
O pão quer manteiga. Então é Segunda-feira.
A torta quer uma faca. Então é Terça- feira.
O leite quer um jarro. Então é Quarta-feira.
O mingau quer mel. Então é Quinta-feira.
O peixe quer sal. Então é Sexta-feira.
O queijo quer bolachas. É Sábado.
E a costela assada combina com pudim de ovo. Então esse é Domingo.
Num piscar de olhos, as crianças voltaram a ser quem eram.
Abraçaram e beijaram a mãe e festejaram com os outros.
Imediatamente, a mãe ficou de pé e gritou para a bruxa:
_Consegui meus filhos de volta. Salomé! Agora você vai se arrepender de tê-los roubado!
E começou a correr atrás da bruxa pelos arredores da cabana, até sair da floresta, passar pelos campos de trigo e finalmente chegar a te a ponte.
Então, a bruxa Salomé pulou dentro do rio e nunca, mais foi vista novamente.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Arte:Não sonho mais( composição de Chico Buarque) na voz de Elba Ramalho
A música parece descrever, atraves do sonho, em que só se escuta a voz da mulher(ou travesti, portanto natureza feminina), uma submissa confessando seus pecados diante de seu amante algoz. Cujo delito foi ter vivido o desejo do seu inconsciente, atraves do sonho, matar o opressor.
O que Chico nos diz com esta canção, tão bem interpretada por uma mulher, assim como em Mulheres de Atenas?
Devemos encará-lo como um ser machista/lírico, que propaga o estereótipo de mulher como objeto de desejo do homem ou como um homem/lirico subversivo, que age às avessas?
É importante vislumbrar uma outra concepção: A música pode estar nos convidando a perceber a dicotomia homem x mulher à luz do contraditório, ou seja, que percebamos que em sua construção ele queira nos mostrar a opressão do masculino sobre o feminino.
Arte: Não sonho mais - Musica de Chico Buarque
"O discurso desta música composta para o filme República dos assassinos, de Miguel Faria, é heterobiográfico, bem ao feitio de Chico. Neste, quem fala é um travesti, dirigindo-se ao seu amor, um policial. Segundo o próprio Chico, "é uma letra violenta pra burro''. Seguindo a linha escatológica em moda na música popular, ela dá continuidade a essa tendência, iniciada na obra de Chico com "Geni" (por sinal, envolvendo, tambérn, um homossexual).
O travesti relata ao policial, atemorizadamente, o seu sonho: o desejo de vingança traz uma multidão de pessoas - todas com um bom motivo para esfolar o policial - numa caravana, num trem, para o acerto de contas. E de nada adiantava ele correr destes mortos. vivos, flagelados e humilhados: quanto mais ele corria, mais piorava a situação, inclusive se atolando. Ao pé da ribanceira, o "happy-sad end" (o movimento pendular dos finais das estórias de Chico aqui é tão rápido que ocupa os dois extremos: a infelicidade de um é a felicidade de todos). Todo aquele povo, vítima do policial, estabelece a vingança definitiva. Antropofagicamente, matam, "viram as tripas" e comem "os ovo" do carrasco (numa alusão a que, devorando os testículos dele, estariam impedindo que fossem gerados seres tão maléficos e indesejáveis quanto ele). A comemoração é geral, e aquele povo "põe-se a cantar" (essa imagem Chico usa muito: vide "Apesar de você" e "Rosa-dos-ventos", cf. Parte Suplementar deste livro).
E, após contar seu sonho ao seu "amante" policial, o homossexual usa da submissão suprema - promete que, se o policial disser que o ama, não sonhará mais.
O sadomasoquismo, pertinente ao tipo homossexual, transparece abertamente nesta música, onde o escarrar, o rasgar a carcaça precedem a imagens bem indicativas da perversão como "viramo as tripa" e "comemo os ovo".
O final da música tem um arranjo "bem bolado" - o som parecido com o de um trem, como a indicar que o trem no qual viajara a caravana vingadora - após a missão cumprida - estivesse de partida.
Esta música teve uma outra gravação, com Elba Ramalho. Grande número de pessoas acharam que a gravação com a cantora é melhor. Acho ambas de igual valor"
Arte: Edvard Munch
( pintor norueguês)?
- Aborda temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).
- Retrata imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.
- Demonstra expressividade no rosto das personagens retratadas.
- As figuras são marcadas por fortes atitude.
Cinzas (1894) Óleo sobre tela - 120 x 141 cm