quinta-feira, 17 de maio de 2012
Esmeralda cansada de guerra
Por Galeno Amorim
Esmeralda era uma menina cheia de sonhos. Vivia suspirando pelos cantos. Quando crescesse, ficaria uma moça bonita, encontraria seu príncipe encantado e até arrumaria um bom emprego na cidade. Por isso, dava duro nos estudos. Aliás, ela gostava mesmo de ir à escola.
Só que um dia o seu mundinho ruiu. E a menina perdeu o rumo e o prumo na vida. Desde então, Esmeralda comeu o pão que o diabo amassou: primeiro, teve que abandonar a escola. Depois, vieram as drogas. E, para sobreviver, se viu obrigada a vender o próprio corpo.
Decididamente, não era uma vida nada fácil. Por anos a fio, ela viveu se embriagando. O caminho da perdição, ela logo descobriria, até que não fora difícil de encontrar. Já o de volta... Bem, isso já são outros quinhentos.
Esmeralda é uma sobrevivente. De uma penca de 19 irmãos em Nova Londrina, interior do Paraná, só ela e outros dez sobreviveram à miséria, à fome, às doenças e a uma desgraceira toda.
Como o ditado reza que escola de pobre é o trabalho, logo aos cinco anos a menina pegava firme no batente. Em troca de roupa, comida e cama, e poder frequentar a escola em suas raras horas de folga, Esmeralda foi trabalhar como doméstica.
A mãe alcoólatra era uma perdida na vida. Volta e meia, pegava a filharada pelo braço e saía, sem eira nem beira, por esse mundão afora. E dormiam em praças e calçadas, se alimentando das migalhas da caridade alheia.
E a vida não deu mole mesmo: ainda uma meninota, teve que largar os estudos. E rumou para a cidade grande, a fim de ajudar nas despesas da casa.
Só e desprotegida, mal chegou a Curitiba e foi logo violentada. Voltou pra casa, e lá foi vítima de outra maldade: o preconceito. Segundo a maledicência da vizinhança, a menina teria para a cidade grande justamente para ganhar a vida como prostituta.
Aquilo foi um grande trauma para ela. Por anos a fio Esmeralda viveria seu próprio inferno particular aqui na terra.
Como não há mal que dure para sempre, houve um dia em que a Providência fez com que um livro fosse parar em suas mãos. Seu título ela nunca mais esqueceria: Samuel Morris, que narrava as aventuras de um menino negro sequestrado na África por tribos rivais. Separado dos pais e vendido como escravo, ele foi arrastado para bem longe. Já adulto, deu uma surpreendente virada em sua vida - como, afinal, ela própria vivia dizendo que ainda faria.
Cansada daquela vida danada, Esmeralda mudou-se para Rondônia. Quis voltar a estudar, mas lá descobriu que sua antiga escola fora destruída por um incêndio. Sem ter como comprovar os estudos anteriores, não restou outra saída a não ser adiar, mais uma vez, o velho sonho.
Só anos mais tarde Esmeralda velha e cansada de guerra finalmente tomaria nas mãos o tão desejado diploma. Para isso, matriculou-se na alfabetização de jovens e adultos. E ali encontrou, afinal, a dignidade aparentemente perdida.
Desde então, nunca mais parou de ler. Antes de dormir, por exemplo, ela lê toda noite ao menos um trecho. Aos 52 anos, Esmeralda Alexandre Alfonso tem um sonho: ajudar sua gente a colocar os livros em suas vidas - como ela própria fez um dia.
Dona Esmeralda agora se prepara para ser uma espécie de missionária dos livros. Está ajudando na biblioteca rural aberta pelo governo no assentamento de Despraiado, em Candoi, onde ela vive do cultivo de feijão, soja e verduras.
Esse é o jeito, ela diz, com candura e sabedoria, de levar luz a esse povo simples e, muitas vezes, tão esquecido pelos governos. No meio da filharada das 58 famílias de descendentes de escravos que vivem no ex-quilombo, estão os seus quatro filhos.
A Esmeralda tão cansada de guerra, mas não da boa luta, não desiste nunca. Agora uma leitora do mundo, ela sabe o que quer.
In, http://www.blogdogaleno.com.br/index.php
terça-feira, 15 de maio de 2012
Dia das mães: desaprendendo com as mães da Bíblia
INTRODUÇÃO
Por 289 vezes a palavra "mãe" ou "mães" aparece na Bíblia. Lendo-as, notamos que o princípio segundo o qual as mães devem ser honradas (Êxodo 20.12), junto com os pais, é repetido várias vezes, no Antigo e no Novo Testamento.
Elas devem ser honradas por serem mães, mesmo que seus conselhos ou práticas não devem ser seguidos. Temos na Bíblia histórias de mães magníficas e outras nem tanto. Devemos, logo, afirmar que, embora haja uma imensa influência delas sobre os seus filhos, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem.
Assim, por exemplo, Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã, não é responsável pelo ato de seu filho, que amaldiçoou o nome de Deus, pagando caro por isto, a começar por não ter o seu nome registrado no texto que conta a sua história (cf. Levítico 24.10-11). As mães escolhem caminhos para si e para seus filhos, mas os filhos também fazem o mesmo, para alegria e para tristeza das suas mães e deles mesmos.
Quando examinamos especificamente as listas das 15 mães dos reis de Israel, mencionadas nos dois livros de Reis (seguindo um padrão: "era o nome de sua mãe, fulana, da cidade tal"), vemos que, delas, nove foram mães de reis péssimos, reprovados por Deus, e seis foram mães de reis ótimos, aprovados por Deus.
Reis reprovados e suas mães
Robão Naamá 1Reis 14.21
Absalão Maaca 1Reis 15.22
Acazias Atalia 2Reis 8.26
Manassés Hefzibá 2Reis 21.1
Amom Mesulemete 2Reis 21.19
Jeoacaz Hamutal 2Reis 23.31
Jeoaquim Zebida 2Reis 23.36
Joaquim Neusta 2Reis 24.8
Zedequias Hamutal 2Reis 28.18
Reis aprovados e suas mães
Josafá Azuba 1Reis 22.42
Joás Zibia 2Reis 12.1
Jeoacaz Jeoadã 2Reis 14.2
Jotão Jerusa 2Reis 15.33
Ezequias Ábia 2Reis 18.2
Josias Jedida 2Reis 22.1
Fica evidente, neste exame, que não há uma relação de causa e efeito, em que boas mães gerarão obrigatoriamente bons filhos e também seu oposto, o que não nos autoriza a concluir que as mães não exerçam uma gigantesca influência (negativa e positiva) sobre seus filhos. Sabemos pouco sobre essas mães, embora sejamos informados que algumas davam maus conselhos aos seus filhos, como foi o explicito caso de Atalia, mãe do rei Acazias (2Crônicas 22.3).
Podemos, portanto, aprender com as mães da Bíblia. Podemos aprender negativamente também, não lhes seguindo os mesmos caminhos.
DESAPRENDENDO
Comecemos por alguns relatos sobre mães cujos exemplos devem ser recebidos por nós, filhos, como gestos a serem evitados.
1. Não dê nome(s) que marque(m) seu(s) filho(s) negativamente.
O nome de uma pessoa pode ter uma importância expressiva sobre a história dos seus filhos, tanto que alguns, no caso brasileiro em que a legislação o permite, buscam trocar os seus.
A mãe de Jabez, com a boa intenção de mostrar o seu valor, deu-lhe este nome que significa: "aquele que traz dor ou sofrimento". Ainda bem que Jabez orou ao Senhor e teve seu nome mudado na prática e se tornou o homem respeito de sua família. ("Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: `Com muitas dores o dei à luz'" -- 1Crônicas 4.9).
Raquel, a mãe de Benjamim, quando notou que estava prestes a morrer, tentou dar um nome memória ao seu filho (que queria que fosse Benoni, "filho da minha tristeza"), mas Jacó, o pai, pai interveio para que fosse Benjamim, "filho da fortuna" ("Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim" (Gênesis 35.18).
A criatividade humana não tem limites, fora do Brasil e no Brasil. No caso brasileiro, de uma lista. De nome reais, selecionei os seguintes:
Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida
Adolpho Hitler de Oliveira
América do Sul Brasil de Santana
Antônio Morrendo das Dores
Barrigudinha Seleida
Cafiaspirina Cruz
Chevrolet da Silva Ford
Disney Chaplin Milhomem de Souza
Esparadrapo Clemente de Sá
Faraó do Egito Sousa
Godson ("filho de Deus", em inglês)
Hypotenusa Pereira.
Madeinusa ("made in usa")
Necrotério Pereira da Silva
Pacífico Armando Guerra
Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho)
Um Mesmo de Almeida
Usnavy (em homenagem à U.S.Navy, a Marinha norte-mericana).
Vicente Mais ou Menos de Sousa
Zicomengo.
(Para mais nomes, VEJA . Para mais nomes VEJA TAMBÉM )
Eu me chamo Israel, que embora seja o nome de um país contemporâneo, é o de uma personagem do Antigo Testamento, que tem o seguinte significado: "príncipe de Deus" ou "Aquele que lutou com Deus e venceu". Eu tive uma infância com uma saúde muito difícil, e sempre ouvia o significado do meu nome. Certamente, isto me ajudou. É melhor ser Israel, que tem um significado, do que ser Er ("vigilante"), como queria meu avô, que foi um cara perverso.
A lição é clara: devemos dar nome(s) com significado. Se bem não fizerem, mal não farão.
Não é bom o Daniel que seu nome quer dizer "Deus é meu juiz"; o Samuel, que seu nome significa "escolhido por Deus"; o João, que seu none quer dizer "Deus tem sido gracioso para comigo"; o José, que seu nome é um pedido: "Deus ajude"; o Davi, que seu nome quer dizer "querido"?
Não é bom que toda Ester saiba que, pelo seu nome, é uma "estrela"; que a Eunice saiba que seu nome quer dizer "uma boa vitória"; que a Raquel saiba que, se seguir seu nome, será "mansa como uma ovelha"; que a Rute saiba que, pelo seu nome, é "amiga, companheira"; que a Sara sabia que é uma "princesa".
Não é bom ter nomes que carregam lindas histórias como Lucas ("luminoso"), Paulo ("pequeno"), Pedro ("pedra"), Débora ("abelha"), Maria ("amarga"), Priscila ("antiga")?
2. Não use seu(s) filho(s) como armas de guerra.
Infelizmente, pais (pai e mãe) por vezes entram em conflito, seja por razão nobre (a educação do filho), seja por razão ilegítima (a disputa pelo amor do filho).
Temos na Bíblia uma mãe com comportamento reprovável (Gênesis 27). É Rebeca, que com o marido Isaque, tipifica o casal que tem preferência por um dos filhos, levando-a às últimas conseqüências, que, no caso, foram dramáticas, com o surgimento de povos diferentes, descendentes de Esaú, o filhinho do papai, e de Jacó, o filhinho da mamãe.
A disputa, alimentada com desconfianças, mentiras e armações, provocou mágoas profundas.
As mães devem tomar cuidado para não preferir, mesmo que um demonstre mais carinho e respeito do que o outro, que receberá não como retribuição justa, mas como rejeição.
Quando há em casa filhos de casamentos diferentes, os cuidados devem ser ainda maiores.
Quando os pais se separam, não vale usar os filhos como escudo ou como armas, para atingir o outro, para trazer o outro de volta ou para, hipoteticamente, beneficiar esses mesmos filhos. Os filhos não podem ser culpados pelos desacertos paternos.
3. Não dê conselhos ruins ao(s) seu(s) filhos.
Além das mães de alguns reis, Herodias, cunhada de Herodes, aconselhou sua filha (cujo nome não é mencionado) a pedir a cabeça de João Batista numa bandeja durante um banquete (Mateus 14.1-10; cf. Marcos 6. 21-28).
As mães devem ponderar seus conselhos. O peso é enorme. Pesquise. Ore antes. Não saia falhando tudo o que lhe vem a cabeça. Se errar, volte atrás. Aconselhe, se for o caso, em outra direção. Não se exima de sua responsabilidade.
As mães, por outro lado, não devem permitir que seus conselhos eximam seu(s) filho(s) da responsabilidade da decisão que tomaram, considerando seus conselhos. O conselho é da mãe, mas a responsabilidade é do filho.
4. Não faça pedidos inadequados ao Senhor por seu(s) filho(s).
Há ainda outra mãe com quem desaprendemos. Não lhe sabemos o nome, mas somos informados que era esposa de Zebedeu e mãe de Tiago e João, seguidores de Jesus Cristo. Ela mesma era uma discípula de Jesus (Mateus 27.56). Imaginando que Jesus iria instaurar um novo governo (de natureza política) na Judéia, ela sacou o seu pedido, num encontro com o Mestre:
-- Declara que no teu Reino estes meus dois filhos se assentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda. (Mateus 20.21)
Os meninos já tinham feito o mesmo pedido(Marcos 10.35-45) e ela o foi reforçar. Mãe é mãe. Sempre quer o melhor para seus filhos.
A resposta de Jesus deixa evidente que o pedido era inadequado:
-- Vocês não sabem o que estão pedindo. (...) O assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados por meu Pai (Mateus 20.22-23)
Ore por seu(s) filho(s), mas não peça fama.
Ore por seu(s) filho(s), mas não peça dinheiro.
Ore seu(s) filho(s), mas não peça saúde.
Peça que sejam pessoas de caráter santificado.
Peça que seja(m) dedicado(s).
Peça que ame(m) a Deus.
Peça quem ame(m) o próximo.
Peça que tenha(m) um senso de missão.
Se a fama, o dinheiro e a saúde vier, saberá(ao) lidar com a fama, o dinheiro e saúde, se tiverem caráter santificado, forem dedicados no que fazem, amarem a Deus, amarem ao próximo e saberem o que é realmente viver.
APRENDENDO
Com a Maria, a mãe de Jesus, com Ana, a mãe de Samuel, com a mãe-viúva de Sarepta e com Eunice, mãe de Timóteo, aprendemos outros comportamentos.
1. Dar à luz a um filho é colocá-lo no coração do mistério.
De toda a narrativa natalina de Jesus, a que mais me fascina e intriga é esta: "Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração" (Lucas 2.19).
Enquanto anjos cantavam e pastores se alegravam, Maria guardava tudo no seu coração. Maternidade é feita de lembranças, mas também de apostas. Que será do bebê ainda no ventre? Que será do bebê no berço? Que será da criança que aprende a andar e a falar? Que será? Que será?
Nenhuma mãe o sabe, por mais que deseje.
A maternidade é uma aposta. Mas nenhum mãe deve se angustiar por causa do futuro do seu filho. Deve apostar, refletir, orar, mas não se angustiar.
A maternidade é exercício de confiança. Penso sobretudo nisto: que Maria, embora não entendesse tudo o que lhe acontecia, embora não pudesse (como toda mãe) saber o que aconteceria com o seu filho, confiava que o Deus que lhe dera o bebê iria cuidar dele. Ao longo das ações de Maria, temos esta aposta e esta confiança claramente presentes.
2. Toda mãe deve se dedicar à formação do seu filho.
Ana é como Abraão. Abraão se dispôs a entregar seu único filho ao Senhor, mas Deus não o quis. Ana se dispôs a entregar o filho cujo desejo foi transformado em oração de lágrimas. Segundo lemos, aprendemos que ela era estéril, mas pediu (como deve fazer toda mulher que deseja ser mãe) a Deus um filho, assim:
-- Oh Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados. (1Samuel 1.11).
O filho chegou e Ana cumpriu seu voto, voluntário. Ainda segundo lemos, logo após o menino deixou de mamar no peito, ela, em acordo com o marido Elcana, levou o garoto para estudar no seminário do profeta Eli, com as seguintes palavras:
-- Era este menino que eu pedia, e o Senhor concedeu-me o pedido. Por isso, agora, eu o dedico ao Senhor. Por toda a sua vida será dedicado ao Senhor (1Samuel 1.27-28).
A cada ano, Ana "fazia uma pequena túnica e a levava para ele, quando subia a Siló com o marido para oferecer" (1Samiuel 2.19).
Ana era uma mulher de palavra. Não prometeu no desespero. Prometeu no desespero e cumpriu na calma.
Ana entendia que tinha uma responsabilidade na formação do seu filho. À distância, pode fazer algo (costurar a roupa do menino) e ela o fez. Ana é um exemplo em torno da responsabilidade que as mães têm na formação moral e espiritual dos seus filhos. Ana respirava oração. Orava pelo filho que não tinha. Orava pelo filho que recebeu. Orava pelo filho que entregou. Ela se dedicava. Ela fazia a sua parte. Em oração e em ação. Para Ana, o melhor para o seu filho era estar com Deus quisesse, não onde ela quisesse (preferentemente na barra da sua saia...)
A pergunta é se ainda hoje uma mãe pode dedicar um bebê a um determinado ministério (no caso, o pastoral).
Penso que sim, mesmo num mundo em que, desde cedo, as pessoas tomam decisão. Uma mãe, em parceria com o marido, pode dedicar seu filho ainda bebê (ou mesmo no ventre) para o serviço ministerial (pastoral ou missionário, em sentido amplo ou restrito). Os tempos mudaram; então, há uma diferença. A dedicação pode ser feita, mas não pode ser imposto ao filho. A escolha é dele; a vocação é dele. E isto se aplica a qualquer profissão.
Se os pais, em algum momento, fizeram um voto ao Senhor em relação ao seu filho, este filho deve saber disto na hora própria, talvez depois de ter tomado a decisão pessoal. No meu caso, foi assim. Estudei teologia para ser professor e escritor. Um quarto de século depois, fui ordenado ao ministério pastoral. Foi então que meu pai me disse que eu fora consagrado pelos meus pais para o exercício deste dom. Nunca fui pressionado porque eu não o sabia. Nos termos de hoje, diferentes dos de Samuel, a vocação deve ser um assunto entre o vocacioanado e Deus; não entre sua família e Deus. Feito o voto, a família deve continuar orando (secretamente) para o que desejo se cumpra, sempre respeitando o desejo do(s) filho(s).
Quando lemos a história, vemos que Samuel aceitou a sua vocação como um prazer, até o fim de sua vida. Sua história como sacerdote começou nas lágrimas de sua mãe antes de ele ser concebido e continuou enquanto sua mãe pôde.
Com a história de Ana, aprendemos Quem não tem filhos e os deseja, deve orar para os ter.
Quem tem filhos, especialmente quem especificamente pediu para que nascessem, devem entender que são presentes de Deus, não importam se têm saúde firme ou frágil. Quem tem filhos deve entender que é seu prazer e missão cuidar deles, dêem menos ou mais trabalho, porque trabalho sempre um filho dá. Quem tem filhos deve se lembrar que deve persistir com eles, sobretudo na sua formação espiritual, tarefa que mais ninguém realiza além dos pais, sobretudo das mães.
3. Para as necessidades de sua família, uma mãe deve confiar em Deus.
Há uma viúva na vida de Elias. Ao conviver com ele, essa mulher, sem nome, da cidade Sarepta, aprendemos que Deus nos supre em nossas necessidades (1Reis 17.7.-24).
A história é a seguinte: num tempo da adversidade, com escassez de alimentos, o profeta Elias também ficou sem comida e foi procurar uma família, composta de uma mãe, viúva, e seu filho. Ele lhe pediu água e ela deu. Ele pediu comida e ela lhe disse que o que tinha em casa era a última provisão, depois do que só restaria a morte.
Elias insistiu que o pouco que tinha fosse preparado para ele, garantindo que haveria alimento para todos. Em lugar de duvidar, a mãe fez como o profeta pediu. O resultado foi que "a comida durou muito tempo" (1Reis 17.15).
Este, no entanto, não é o epílogo da história. Algum tempo depois, o filho da mulher ficou doente e morreu. O profeta orou e "o Senhor ouviu o clamor de Elias, e a vida voltou ao menino, e ele viveu". "Então, a mulher disse a Elias: “Agora sei que tu és um homem de Deus e que a palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade” (1Reis 17.22-24).
Imagino a vida deste filho da viúva depois deste milagre, que começa com uma história de hospitalidade e generosidade. Sua mãe aprendeu, e ele também, a confiar em Deus, que intervém em nossas vidas.
4. Cada mãe deve cuidar do seu timóteo.
Quando nos defrontamos com Timóteo, pastor na equipe de Paulo, deparáramos com duas sínteses biográficas lavradas pelo próprio apóstolo. A primeira diz: "Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita em você" (2Timóteo 1.5).
Timóteo nasceu numa família singular. Sua mãe, Eunice, era uma judia convertida e seu pai era um grego (provavelmente) não convertido ao cristianismo(Atos 16.1). Esse é um dado importante. O nome do garoto não era casual, pois significava "aprovado por Deus". Sua educação ficou a cargo de sua mãe e de sua avó. Para a felicidade de Timóteo, Lóide era diferente de Maaca, avó do rei Asa, que teve que ser deposta (do cargo de rainha-mãe) pelo neto por causa de sua idolatria (1Reis 15.13; cf. 2Crônicas 15.5).
Sem um pai convertido ou presente, as chances de Timóteo seguir a cultura paterna pagã deveriam ser maiores. No entanto, seu caminho foi outro, como o demonstra a segunda síntese paulina a seu respeito: "Timóteo foi aprovado porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai" (Filipenses 2.22).
A vida de Timóteo nos ajuda a pensar no papel das avós. Lóide não entra aqui apenas por uma razão genealógica, mas por causa do seu papel. Muito provavelmente a fé cristã nasceu primeiro no seu coração; alcançou o de sua filha e adentrou ao do neto. Estamos diante de três gerações dedicadas ao Senhor por causa de uma avó dedicada. Recebam, avós, o elogio paulino a Lóide como um estímulo a continuarem fazendo o melhor que puderem pelos seus netos. Vale a pena.
A vida de Timóteo nos ajuda também a pensar no papel de Eunice. Provavelmente sem o apoio do marido, que não era cristão, deu uma sólida formação cristã ao seu filho, que acabou por escolher não só ser um cristão, mas um ministro cristão, com um papel relevante na pregação do Evangelho.
Às mães sozinhas, por estarem separadas ou por não terem marido cristão, a recomendação é clara: cuide do seu timotéo. Vale a pena. O sacrifício é maior; o prêmio, também.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
http://www.prazerdapalavra.com.br/component/content/article/1329-mensagens-tematicas/756-dia-das-mas-desaprendendo-com-as-mas-da-blia.html
INTRODUÇÃO
Por 289 vezes a palavra "mãe" ou "mães" aparece na Bíblia. Lendo-as, notamos que o princípio segundo o qual as mães devem ser honradas (Êxodo 20.12), junto com os pais, é repetido várias vezes, no Antigo e no Novo Testamento.
Elas devem ser honradas por serem mães, mesmo que seus conselhos ou práticas não devem ser seguidos. Temos na Bíblia histórias de mães magníficas e outras nem tanto. Devemos, logo, afirmar que, embora haja uma imensa influência delas sobre os seus filhos, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem.
Assim, por exemplo, Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã, não é responsável pelo ato de seu filho, que amaldiçoou o nome de Deus, pagando caro por isto, a começar por não ter o seu nome registrado no texto que conta a sua história (cf. Levítico 24.10-11). As mães escolhem caminhos para si e para seus filhos, mas os filhos também fazem o mesmo, para alegria e para tristeza das suas mães e deles mesmos.
Quando examinamos especificamente as listas das 15 mães dos reis de Israel, mencionadas nos dois livros de Reis (seguindo um padrão: "era o nome de sua mãe, fulana, da cidade tal"), vemos que, delas, nove foram mães de reis péssimos, reprovados por Deus, e seis foram mães de reis ótimos, aprovados por Deus.
Reis reprovados e suas mães
Robão Naamá 1Reis 14.21
Absalão Maaca 1Reis 15.22
Acazias Atalia 2Reis 8.26
Manassés Hefzibá 2Reis 21.1
Amom Mesulemete 2Reis 21.19
Jeoacaz Hamutal 2Reis 23.31
Jeoaquim Zebida 2Reis 23.36
Joaquim Neusta 2Reis 24.8
Zedequias Hamutal 2Reis 28.18
Reis aprovados e suas mães
Josafá Azuba 1Reis 22.42
Joás Zibia 2Reis 12.1
Jeoacaz Jeoadã 2Reis 14.2
Jotão Jerusa 2Reis 15.33
Ezequias Ábia 2Reis 18.2
Josias Jedida 2Reis 22.1
Fica evidente, neste exame, que não há uma relação de causa e efeito, em que boas mães gerarão obrigatoriamente bons filhos e também seu oposto, o que não nos autoriza a concluir que as mães não exerçam uma gigantesca influência (negativa e positiva) sobre seus filhos. Sabemos pouco sobre essas mães, embora sejamos informados que algumas davam maus conselhos aos seus filhos, como foi o explicito caso de Atalia, mãe do rei Acazias (2Crônicas 22.3).
Podemos, portanto, aprender com as mães da Bíblia. Podemos aprender negativamente também, não lhes seguindo os mesmos caminhos.
DESAPRENDENDO
Comecemos por alguns relatos sobre mães cujos exemplos devem ser recebidos por nós, filhos, como gestos a serem evitados.
1. Não dê nome(s) que marque(m) seu(s) filho(s) negativamente.
O nome de uma pessoa pode ter uma importância expressiva sobre a história dos seus filhos, tanto que alguns, no caso brasileiro em que a legislação o permite, buscam trocar os seus.
A mãe de Jabez, com a boa intenção de mostrar o seu valor, deu-lhe este nome que significa: "aquele que traz dor ou sofrimento". Ainda bem que Jabez orou ao Senhor e teve seu nome mudado na prática e se tornou o homem respeito de sua família. ("Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: `Com muitas dores o dei à luz'" -- 1Crônicas 4.9).
Raquel, a mãe de Benjamim, quando notou que estava prestes a morrer, tentou dar um nome memória ao seu filho (que queria que fosse Benoni, "filho da minha tristeza"), mas Jacó, o pai, pai interveio para que fosse Benjamim, "filho da fortuna" ("Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim" (Gênesis 35.18).
A criatividade humana não tem limites, fora do Brasil e no Brasil. No caso brasileiro, de uma lista. De nome reais, selecionei os seguintes:
Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida
Adolpho Hitler de Oliveira
América do Sul Brasil de Santana
Antônio Morrendo das Dores
Barrigudinha Seleida
Cafiaspirina Cruz
Chevrolet da Silva Ford
Disney Chaplin Milhomem de Souza
Esparadrapo Clemente de Sá
Faraó do Egito Sousa
Godson ("filho de Deus", em inglês)
Hypotenusa Pereira.
Madeinusa ("made in usa")
Necrotério Pereira da Silva
Pacífico Armando Guerra
Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho)
Um Mesmo de Almeida
Usnavy (em homenagem à U.S.Navy, a Marinha norte-mericana).
Vicente Mais ou Menos de Sousa
Zicomengo.
(Para mais nomes, VEJA . Para mais nomes VEJA TAMBÉM )
Eu me chamo Israel, que embora seja o nome de um país contemporâneo, é o de uma personagem do Antigo Testamento, que tem o seguinte significado: "príncipe de Deus" ou "Aquele que lutou com Deus e venceu". Eu tive uma infância com uma saúde muito difícil, e sempre ouvia o significado do meu nome. Certamente, isto me ajudou. É melhor ser Israel, que tem um significado, do que ser Er ("vigilante"), como queria meu avô, que foi um cara perverso.
A lição é clara: devemos dar nome(s) com significado. Se bem não fizerem, mal não farão.
Não é bom o Daniel que seu nome quer dizer "Deus é meu juiz"; o Samuel, que seu nome significa "escolhido por Deus"; o João, que seu none quer dizer "Deus tem sido gracioso para comigo"; o José, que seu nome é um pedido: "Deus ajude"; o Davi, que seu nome quer dizer "querido"?
Não é bom que toda Ester saiba que, pelo seu nome, é uma "estrela"; que a Eunice saiba que seu nome quer dizer "uma boa vitória"; que a Raquel saiba que, se seguir seu nome, será "mansa como uma ovelha"; que a Rute saiba que, pelo seu nome, é "amiga, companheira"; que a Sara sabia que é uma "princesa".
Não é bom ter nomes que carregam lindas histórias como Lucas ("luminoso"), Paulo ("pequeno"), Pedro ("pedra"), Débora ("abelha"), Maria ("amarga"), Priscila ("antiga")?
2. Não use seu(s) filho(s) como armas de guerra.
Infelizmente, pais (pai e mãe) por vezes entram em conflito, seja por razão nobre (a educação do filho), seja por razão ilegítima (a disputa pelo amor do filho).
Temos na Bíblia uma mãe com comportamento reprovável (Gênesis 27). É Rebeca, que com o marido Isaque, tipifica o casal que tem preferência por um dos filhos, levando-a às últimas conseqüências, que, no caso, foram dramáticas, com o surgimento de povos diferentes, descendentes de Esaú, o filhinho do papai, e de Jacó, o filhinho da mamãe.
A disputa, alimentada com desconfianças, mentiras e armações, provocou mágoas profundas.
As mães devem tomar cuidado para não preferir, mesmo que um demonstre mais carinho e respeito do que o outro, que receberá não como retribuição justa, mas como rejeição.
Quando há em casa filhos de casamentos diferentes, os cuidados devem ser ainda maiores.
Quando os pais se separam, não vale usar os filhos como escudo ou como armas, para atingir o outro, para trazer o outro de volta ou para, hipoteticamente, beneficiar esses mesmos filhos. Os filhos não podem ser culpados pelos desacertos paternos.
3. Não dê conselhos ruins ao(s) seu(s) filhos.
Além das mães de alguns reis, Herodias, cunhada de Herodes, aconselhou sua filha (cujo nome não é mencionado) a pedir a cabeça de João Batista numa bandeja durante um banquete (Mateus 14.1-10; cf. Marcos 6. 21-28).
As mães devem ponderar seus conselhos. O peso é enorme. Pesquise. Ore antes. Não saia falhando tudo o que lhe vem a cabeça. Se errar, volte atrás. Aconselhe, se for o caso, em outra direção. Não se exima de sua responsabilidade.
As mães, por outro lado, não devem permitir que seus conselhos eximam seu(s) filho(s) da responsabilidade da decisão que tomaram, considerando seus conselhos. O conselho é da mãe, mas a responsabilidade é do filho.
4. Não faça pedidos inadequados ao Senhor por seu(s) filho(s).
Há ainda outra mãe com quem desaprendemos. Não lhe sabemos o nome, mas somos informados que era esposa de Zebedeu e mãe de Tiago e João, seguidores de Jesus Cristo. Ela mesma era uma discípula de Jesus (Mateus 27.56). Imaginando que Jesus iria instaurar um novo governo (de natureza política) na Judéia, ela sacou o seu pedido, num encontro com o Mestre:
-- Declara que no teu Reino estes meus dois filhos se assentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda. (Mateus 20.21)
Os meninos já tinham feito o mesmo pedido(Marcos 10.35-45) e ela o foi reforçar. Mãe é mãe. Sempre quer o melhor para seus filhos.
A resposta de Jesus deixa evidente que o pedido era inadequado:
-- Vocês não sabem o que estão pedindo. (...) O assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados por meu Pai (Mateus 20.22-23)
Ore por seu(s) filho(s), mas não peça fama.
Ore por seu(s) filho(s), mas não peça dinheiro.
Ore seu(s) filho(s), mas não peça saúde.
Peça que sejam pessoas de caráter santificado.
Peça que seja(m) dedicado(s).
Peça que ame(m) a Deus.
Peça quem ame(m) o próximo.
Peça que tenha(m) um senso de missão.
Se a fama, o dinheiro e a saúde vier, saberá(ao) lidar com a fama, o dinheiro e saúde, se tiverem caráter santificado, forem dedicados no que fazem, amarem a Deus, amarem ao próximo e saberem o que é realmente viver.
APRENDENDO
Com a Maria, a mãe de Jesus, com Ana, a mãe de Samuel, com a mãe-viúva de Sarepta e com Eunice, mãe de Timóteo, aprendemos outros comportamentos.
1. Dar à luz a um filho é colocá-lo no coração do mistério.
De toda a narrativa natalina de Jesus, a que mais me fascina e intriga é esta: "Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração" (Lucas 2.19).
Enquanto anjos cantavam e pastores se alegravam, Maria guardava tudo no seu coração. Maternidade é feita de lembranças, mas também de apostas. Que será do bebê ainda no ventre? Que será do bebê no berço? Que será da criança que aprende a andar e a falar? Que será? Que será?
Nenhuma mãe o sabe, por mais que deseje.
A maternidade é uma aposta. Mas nenhum mãe deve se angustiar por causa do futuro do seu filho. Deve apostar, refletir, orar, mas não se angustiar.
A maternidade é exercício de confiança. Penso sobretudo nisto: que Maria, embora não entendesse tudo o que lhe acontecia, embora não pudesse (como toda mãe) saber o que aconteceria com o seu filho, confiava que o Deus que lhe dera o bebê iria cuidar dele. Ao longo das ações de Maria, temos esta aposta e esta confiança claramente presentes.
2. Toda mãe deve se dedicar à formação do seu filho.
Ana é como Abraão. Abraão se dispôs a entregar seu único filho ao Senhor, mas Deus não o quis. Ana se dispôs a entregar o filho cujo desejo foi transformado em oração de lágrimas. Segundo lemos, aprendemos que ela era estéril, mas pediu (como deve fazer toda mulher que deseja ser mãe) a Deus um filho, assim:
-- Oh Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados. (1Samuel 1.11).
O filho chegou e Ana cumpriu seu voto, voluntário. Ainda segundo lemos, logo após o menino deixou de mamar no peito, ela, em acordo com o marido Elcana, levou o garoto para estudar no seminário do profeta Eli, com as seguintes palavras:
-- Era este menino que eu pedia, e o Senhor concedeu-me o pedido. Por isso, agora, eu o dedico ao Senhor. Por toda a sua vida será dedicado ao Senhor (1Samuel 1.27-28).
A cada ano, Ana "fazia uma pequena túnica e a levava para ele, quando subia a Siló com o marido para oferecer" (1Samiuel 2.19).
Ana era uma mulher de palavra. Não prometeu no desespero. Prometeu no desespero e cumpriu na calma.
Ana entendia que tinha uma responsabilidade na formação do seu filho. À distância, pode fazer algo (costurar a roupa do menino) e ela o fez. Ana é um exemplo em torno da responsabilidade que as mães têm na formação moral e espiritual dos seus filhos. Ana respirava oração. Orava pelo filho que não tinha. Orava pelo filho que recebeu. Orava pelo filho que entregou. Ela se dedicava. Ela fazia a sua parte. Em oração e em ação. Para Ana, o melhor para o seu filho era estar com Deus quisesse, não onde ela quisesse (preferentemente na barra da sua saia...)
A pergunta é se ainda hoje uma mãe pode dedicar um bebê a um determinado ministério (no caso, o pastoral).
Penso que sim, mesmo num mundo em que, desde cedo, as pessoas tomam decisão. Uma mãe, em parceria com o marido, pode dedicar seu filho ainda bebê (ou mesmo no ventre) para o serviço ministerial (pastoral ou missionário, em sentido amplo ou restrito). Os tempos mudaram; então, há uma diferença. A dedicação pode ser feita, mas não pode ser imposto ao filho. A escolha é dele; a vocação é dele. E isto se aplica a qualquer profissão.
Se os pais, em algum momento, fizeram um voto ao Senhor em relação ao seu filho, este filho deve saber disto na hora própria, talvez depois de ter tomado a decisão pessoal. No meu caso, foi assim. Estudei teologia para ser professor e escritor. Um quarto de século depois, fui ordenado ao ministério pastoral. Foi então que meu pai me disse que eu fora consagrado pelos meus pais para o exercício deste dom. Nunca fui pressionado porque eu não o sabia. Nos termos de hoje, diferentes dos de Samuel, a vocação deve ser um assunto entre o vocacioanado e Deus; não entre sua família e Deus. Feito o voto, a família deve continuar orando (secretamente) para o que desejo se cumpra, sempre respeitando o desejo do(s) filho(s).
Quando lemos a história, vemos que Samuel aceitou a sua vocação como um prazer, até o fim de sua vida. Sua história como sacerdote começou nas lágrimas de sua mãe antes de ele ser concebido e continuou enquanto sua mãe pôde.
Com a história de Ana, aprendemos Quem não tem filhos e os deseja, deve orar para os ter.
Quem tem filhos, especialmente quem especificamente pediu para que nascessem, devem entender que são presentes de Deus, não importam se têm saúde firme ou frágil. Quem tem filhos deve entender que é seu prazer e missão cuidar deles, dêem menos ou mais trabalho, porque trabalho sempre um filho dá. Quem tem filhos deve se lembrar que deve persistir com eles, sobretudo na sua formação espiritual, tarefa que mais ninguém realiza além dos pais, sobretudo das mães.
3. Para as necessidades de sua família, uma mãe deve confiar em Deus.
Há uma viúva na vida de Elias. Ao conviver com ele, essa mulher, sem nome, da cidade Sarepta, aprendemos que Deus nos supre em nossas necessidades (1Reis 17.7.-24).
A história é a seguinte: num tempo da adversidade, com escassez de alimentos, o profeta Elias também ficou sem comida e foi procurar uma família, composta de uma mãe, viúva, e seu filho. Ele lhe pediu água e ela deu. Ele pediu comida e ela lhe disse que o que tinha em casa era a última provisão, depois do que só restaria a morte.
Elias insistiu que o pouco que tinha fosse preparado para ele, garantindo que haveria alimento para todos. Em lugar de duvidar, a mãe fez como o profeta pediu. O resultado foi que "a comida durou muito tempo" (1Reis 17.15).
Este, no entanto, não é o epílogo da história. Algum tempo depois, o filho da mulher ficou doente e morreu. O profeta orou e "o Senhor ouviu o clamor de Elias, e a vida voltou ao menino, e ele viveu". "Então, a mulher disse a Elias: “Agora sei que tu és um homem de Deus e que a palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade” (1Reis 17.22-24).
Imagino a vida deste filho da viúva depois deste milagre, que começa com uma história de hospitalidade e generosidade. Sua mãe aprendeu, e ele também, a confiar em Deus, que intervém em nossas vidas.
4. Cada mãe deve cuidar do seu timóteo.
Quando nos defrontamos com Timóteo, pastor na equipe de Paulo, deparáramos com duas sínteses biográficas lavradas pelo próprio apóstolo. A primeira diz: "Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita em você" (2Timóteo 1.5).
Timóteo nasceu numa família singular. Sua mãe, Eunice, era uma judia convertida e seu pai era um grego (provavelmente) não convertido ao cristianismo(Atos 16.1). Esse é um dado importante. O nome do garoto não era casual, pois significava "aprovado por Deus". Sua educação ficou a cargo de sua mãe e de sua avó. Para a felicidade de Timóteo, Lóide era diferente de Maaca, avó do rei Asa, que teve que ser deposta (do cargo de rainha-mãe) pelo neto por causa de sua idolatria (1Reis 15.13; cf. 2Crônicas 15.5).
Sem um pai convertido ou presente, as chances de Timóteo seguir a cultura paterna pagã deveriam ser maiores. No entanto, seu caminho foi outro, como o demonstra a segunda síntese paulina a seu respeito: "Timóteo foi aprovado porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai" (Filipenses 2.22).
A vida de Timóteo nos ajuda a pensar no papel das avós. Lóide não entra aqui apenas por uma razão genealógica, mas por causa do seu papel. Muito provavelmente a fé cristã nasceu primeiro no seu coração; alcançou o de sua filha e adentrou ao do neto. Estamos diante de três gerações dedicadas ao Senhor por causa de uma avó dedicada. Recebam, avós, o elogio paulino a Lóide como um estímulo a continuarem fazendo o melhor que puderem pelos seus netos. Vale a pena.
A vida de Timóteo nos ajuda também a pensar no papel de Eunice. Provavelmente sem o apoio do marido, que não era cristão, deu uma sólida formação cristã ao seu filho, que acabou por escolher não só ser um cristão, mas um ministro cristão, com um papel relevante na pregação do Evangelho.
Às mães sozinhas, por estarem separadas ou por não terem marido cristão, a recomendação é clara: cuide do seu timotéo. Vale a pena. O sacrifício é maior; o prêmio, também.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
http://www.prazerdapalavra.com.br/component/content/article/1329-mensagens-tematicas/756-dia-das-mas-desaprendendo-com-as-mas-da-blia.html
O que diz a Bíblia sobre ser uma mãe cristã?
Pergunta: "O que diz a Bíblia sobre ser uma mãe cristã?"
Resposta: Ser mãe é um papel muito importante que o Senhor escolhe para dar a muitas mulheres. Às mães é dito que amem seus filhos em Tito 2:4-5, que diz: “Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” Em Isaías 49:15a a Bíblia diz: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?” Quando se começa a ser mãe?
Os filhos são presentes do Senhor (Salmos 127:3-5). Em Tito 2:4, aparece a palavra grega “phileoteknos”. Esta palavra representa um tipo especial de “mãe-amor”. A idéia que esta palavra evoca é de “preferir” nossos filhos, “cuidar” deles, “alimentá-los”, “abraçá-los” com amor, “satisfazer suas necessidades”, “amavelmente ser amiga” de cada um como único vindo da mão de Deus. A Escritura nos ordena para que vejamos “mãe-amor” como nossa responsabilidade. A palavra de Deus ordena tanto às mães quanto aos pais para que façam várias coisas na vida de seus filhos, dando:
Disponibilidade – manhã, tarde e noite (Deuteronômio 6:6-7).
Envolvimento – interagindo, colocando pontos de vista, pensando e processando a vida juntos (Efésios 6:4).
Ensinamento – sobre as Escrituras, a visão bíblica do mundo (Salmos 78:5-6, Deuteronômio 4:10, Efésios 6:4).
Treinamento – ajudando o filho a desenvolver habilidades e descobrir seu potencial (Provérbios 22:6).
Disciplina – ensinando o temor do Senhor, ensinando seus limites de forma consistente, amorosa e firme (Efésios 6:4, Hebreus 12:5-11, Provérbios 13:24, 19:18, 22:15, 23:13-14, 29:15-17).
Nutrição – provendo um ambiente de constante apoio verbal, liberdade de falhar, aceitação, afeto e amor incondicional (Tito 2:4, II Timóteo 1:7, Efésios 4:29-32, 5:1-2, Gálatas 5:22, I Pedro 3:8-9).
Exemplo com integridade – vivendo de acordo com o que ensina, sendo um modelo com o qual o filho possa aprender “captando” a essência de um viver piedoso (Deuteronômio 4:9, 15, 23; Provérbios 10:9, 11:3; Salmos 37:18, 37).
A Bíblia nunca ordena que todas as mulheres devam ser mães. Contudo, diz que aquelas que o Senhor abençoa e se tornam mães devem tomar seriamente tal responsabilidade. As mães têm um papel único e crucialmente importante nas vidas de seus filhos. A maternidade não é um trabalho ou tarefa desagradável. Da mesma forma com que uma mãe gera seu filho durante a gravidez, e da mesma forma com que a mãe alimenta e cuida de seu filho durante a infância, as mães têm também um papel constante na vida de seus filhos, adolescentes, jovens adultos e até filhos completamente adultos. Enquanto o papel da maternidade deve se transformar e se desenvolver, o amor, cuidado, educação e encorajamento que uma mãe dá nunca devem terminar.
http://www.gotquestions.org/portugues/mae-crista.html
Pergunta: "O que diz a Bíblia sobre ser uma mãe cristã?"
Resposta: Ser mãe é um papel muito importante que o Senhor escolhe para dar a muitas mulheres. Às mães é dito que amem seus filhos em Tito 2:4-5, que diz: “Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” Em Isaías 49:15a a Bíblia diz: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?” Quando se começa a ser mãe?
Os filhos são presentes do Senhor (Salmos 127:3-5). Em Tito 2:4, aparece a palavra grega “phileoteknos”. Esta palavra representa um tipo especial de “mãe-amor”. A idéia que esta palavra evoca é de “preferir” nossos filhos, “cuidar” deles, “alimentá-los”, “abraçá-los” com amor, “satisfazer suas necessidades”, “amavelmente ser amiga” de cada um como único vindo da mão de Deus. A Escritura nos ordena para que vejamos “mãe-amor” como nossa responsabilidade. A palavra de Deus ordena tanto às mães quanto aos pais para que façam várias coisas na vida de seus filhos, dando:
Disponibilidade – manhã, tarde e noite (Deuteronômio 6:6-7).
Envolvimento – interagindo, colocando pontos de vista, pensando e processando a vida juntos (Efésios 6:4).
Ensinamento – sobre as Escrituras, a visão bíblica do mundo (Salmos 78:5-6, Deuteronômio 4:10, Efésios 6:4).
Treinamento – ajudando o filho a desenvolver habilidades e descobrir seu potencial (Provérbios 22:6).
Disciplina – ensinando o temor do Senhor, ensinando seus limites de forma consistente, amorosa e firme (Efésios 6:4, Hebreus 12:5-11, Provérbios 13:24, 19:18, 22:15, 23:13-14, 29:15-17).
Nutrição – provendo um ambiente de constante apoio verbal, liberdade de falhar, aceitação, afeto e amor incondicional (Tito 2:4, II Timóteo 1:7, Efésios 4:29-32, 5:1-2, Gálatas 5:22, I Pedro 3:8-9).
Exemplo com integridade – vivendo de acordo com o que ensina, sendo um modelo com o qual o filho possa aprender “captando” a essência de um viver piedoso (Deuteronômio 4:9, 15, 23; Provérbios 10:9, 11:3; Salmos 37:18, 37).
A Bíblia nunca ordena que todas as mulheres devam ser mães. Contudo, diz que aquelas que o Senhor abençoa e se tornam mães devem tomar seriamente tal responsabilidade. As mães têm um papel único e crucialmente importante nas vidas de seus filhos. A maternidade não é um trabalho ou tarefa desagradável. Da mesma forma com que uma mãe gera seu filho durante a gravidez, e da mesma forma com que a mãe alimenta e cuida de seu filho durante a infância, as mães têm também um papel constante na vida de seus filhos, adolescentes, jovens adultos e até filhos completamente adultos. Enquanto o papel da maternidade deve se transformar e se desenvolver, o amor, cuidado, educação e encorajamento que uma mãe dá nunca devem terminar.
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